A fonoaudiologia tem um papel fundamental no desenvolvimento dos bebês. O fonoaudiólogo pode atuar desde o nascimento, ainda em ambiente hospitalar, seja em unidades neonatais ou na assistência conjunta de mães e bebês. 

Após a ida para casa, o fonoaudiólogo é o profissional que atua diante das dificuldades de alimentação que podem estar presentes devido a fatores como prematuridade, alterações neurológicas, síndromes genéticas, malformações e alterações anatomofuncionais. O fonoaudiólogo também auxilia no processo da amamentação, realizando orientações e acompanhamento  das alterações que dificultam uma mamada eficiente e tranquila tanto para a mãe quanto para o bebê.

É importante lembrar que logo após o nascimento, o bebê já inicia um processo de aprendizagem que o acompanhará durante toda a vida,  o aprender a comer e se alimentar. Identificar dificuldades que influenciam negativamente a mamada, seja no seio materno ou no uso da mamadeira, é essencial para garantir a esse bebê melhores condições nutricionais, metabólicas e psicoemocionais para a aquisição de habilidades futuras relacionadas à alimentação.

Essas habilidades também servirão de base para o desenvolvimento da fala e de outras possibilidades de comunicação. Portanto, procure uma avaliação especializada ao observar que o bebê não responde ao chamado, não balbucia ou não amplia seu repertório de sons e palavras conforme se desenvolve, apresenta interesse restrito aos estímulos e não evolui na maneira como brinca e explora os objetos quando comparado a outros bebês na mesma idade.

Dificuldades na amamentação e disfunções orofaciais, como o fonoaudiólogo pode ajudar?

Para que o aleitamento materno e a mamada sejam eficientes, as estruturas envolvidas nas dinâmicas de sucção e deglutição precisam atuar de maneira coordenada. Essa ação conjunta de toda a musculatura orofacial exige condições sensoriomotoras favoráveis que proporcionem uma pega adequada do seio materno ou a sucção efetiva do bico da mamadeira, somadas a uma postura e posicionamento adequados tanto da mãe quanto do bebê.

Bebês com alterações neurológicas ou doenças de base podem apresentar dificuldades na alimentação desde o nascimento, necessitando de uma intervenção precoce do fonoaudiólogo.  Dificuldades na pega do seio materno, na sucção, tempo curto ou prolongado da mamada, cansaço ao se alimentar, baixa aceitação, irritabilidade, ânsia, engasgos frequentes, são alguns dos sinais observados em bebês que apresentam dificuldades ao alimentar-se. Muitas vezes pequenas adaptações no uso da mamadeira ou orientações sobre o aleitamento materno já favorecem uma mamada mais saudável e tranquila para a mãe e o bebê.

O fonoaudiólogo é o profissional que pode auxiliar a equipe multiprofissional na identificação de alterações que impactam esse momento tão fundamental para o desenvolvimento do bebê. Avalia a anatomia, a fisiologia e a funcionalidade das estruturas orofaciais, além da dinâmica de deglutição. Realiza os encaminhamentos adequados e apresenta aos pais se há necessidade de acompanhamento deste bebê em sessões de terapia especializada. 

A terapêutica a ser adotada utiliza-se de orientações, adaptações para melhorar a eficiência e funcionalidade na mamada, além do emprego de abordagens que estimulem a regulação orofacial do bebê, garantindo também uma mamada segura por via oral. Em bebês maiores o fonoaudiólogo também realiza orientações às melhores práticas de introdução alimentar adequada às condições sensoriomotoras orais e a construção de competência e autonomia para uma alimentação futura saudável e prazerosa.

 Teste da linguinha e a importância da avaliação do frênulo lingual pelo fonoaudiólogo.

O teste da linguinha é um protocolo de avaliação para bebês com o objetivo de diagnosticar a presença de alterações na estrutura do frênulo lingual e seus impactos na mobilidade da língua e funções orofaciais. A avaliação do frênulo também pode ser realizada em crianças maiores que apresentam disfunções orofaciais e dificuldades na fala.

O teste da linguinha é feito a partir da observação da anatomia e do ponto de fixação do frênulo lingual na língua e no assoalho da boca, bem como o seu impacto na postura e movimentação da língua, vista em repouso, durante o choro e na realização dos movimentos de sucção. Durante o teste, também são avaliadas estruturas como os frênulos labiais e bridas laterais que, quando alterados, podem impactar na movimentação dos lábios e das bochechas, respectivamente. 

Quando existe a presença de uma dessas alterações, é comum que a criança apresente dificuldade no desempenho de funções como sugar e deglutir (engolir) e, para compensar a alteração, acaba utilizando de forma involuntária e disfuncional a musculatura de outras regiões da face, o que pode impactar negativamente no desenvolvimento craniofacial, causar dor e, quando ainda em aleitamento materno, pode ocasionar lesões no seio materno e cólicas na criança.

Na presença de anquiloglossia (nome dado às alterações no frênulo lingual que prejudicam a movimentação da língua) o tratamento é sempre cirúrgico. O fonoaudiólogo pode atuar no pré-cirúrgico, realizando ajustes para adequar postura, tônus e mobilidade muscular, o que facilitará a realização do procedimento. Durante a cirurgia também pode auxiliar na identificação da efetividade da intervenção, para que não seja necessária uma reabordagem cirúrgica. 

Mesmo após a intervenção cirúrgica, o paciente pode apresentar dificuldades no desempenho das funções orofaciais, sendo fundamental a reavaliação e, quando necessário, terapia fonoaudiológica visando conforto e qualidade durante o sugar, deglutir, mastigar ou falar.

Portanto, é papel do fonoaudiólogo avaliar e intervir nas funções orofaciais visando não somente a nutrição e a hidratação da criança, mas também o conforto, bem estar e vínculo bebê-família durante o ato de se alimentar. 

Contar com a fonoaudiologia faz toda a diferença para o desenvolvimento do seu filho! Entre em contato e agende uma consulta!

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